Qual é a sua cor favorita? Essa parece uma pergunta simples, mas pode ser bem complicada para quem tem daltonismo – um distúrbio da visão que faz com que a pessoa ache difícil diferenciar uma cor de outra, confundindo, por exemplo, o verde com o vermelho.
Para admirar o azul do céu ou escolher uma maçã bem vermelha no mercado, seu olho precisa de três tipos de células chamadas cones. Cada conjunto de cones nos ajuda a enxergar uma cor primária – verde, vermelho ou azul – e suas combinações. Ao observarmos alguma coisa, esses cones entram em ação e enviam mensagens para o cérebro, que vai usar essas informações para formar uma imagem.
“No caso do daltonismo, a pessoa pode não ter cones em quantidade suficiente para ver a cor certa ou a mensagem sobre a cor não chega ao cérebro”, explica o oftalmologista Mário Araujo, do Hospital Universitário Pedro Ernesto.
Para saber se alguém tem esse distúrbio, o oftalmologista – médico que cuida da visão das pessoas – mostra cartões com números coloridos em um teste chamado Ishihara (veja a figura). Na maioria das vezes, o daltônico confunde o verde com outras cores. Já em alguns casos raros de daltonismo, a pessoa não enxerga nenhuma cor, vendo tudo em preto e branco – como as televisões de antigamente.
O daltonismo é uma característica quase sempre herdada dos pais, assim como a altura ou o tamanho do nariz. Ele atinge geralmente os meninos e não tem cura, mas, segundo o jornalista daltônico Carlos Urbim, autor do livro Um guri daltônico (Editora Edelbra), confundir cores tem algumas vantagens. “Não é preciso, por exemplo, ter um estojo com 48 lápis de cores diferentes. Afinal, o que o daltônico vai fazer com tantos tons que não consegue enxergar?”, brinca Carlos. Uma boa tática para colorir sem erro é colar nos lápis etiquetas com o nome de cada cor.