Aves de rapina são imponentes por natureza: têm o bico curvado e garras poderosas, voam alto e são muito, muito elegantes. A maior de todas elas, saiba você, vive no Brasil. O gavião-real, também conhecido como harpia, mede cerca de dois metros da ponta de uma asa à outra e tem garras de até seis centímetros – não é à toa que ele é um dos principais predadores da nossa fauna!
“A harpia é um animal que ocupa topo da cadeia alimentar, ou seja, que se alimenta de outros animais, mas não possui predadores naturais”, conta Helena Aguiar, bióloga do Programa de Conservação do Gavião-real. Entre as presas do gavião-real estão mamíferos como bicho-preguiça, macacos, porcos-espinhos e tatus.
Além de encher a pança com essas e outras espécies de bichos, a harpia exerce na natureza uma função importante – a de manter o equilíbrio das populações animais. Se os gaviões-reais simplesmente desaparecessem, o número de macacos, por exemplo, aumentaria muito, o que traria outros problemas, como a falta de alimento para os numerosos primatas.
Atualmente, as principais ameaças às aves de rapina brasileiras são a caça e o desmatamento de seu habitat natural. Para evitar o sumiço das harpias e uma bagunça generalizada nos ecossistemas, o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia criou, em 1997, o Programa de Conservação do Gavião-real. Ele trabalha junto à população para localizar ninhos de harpia e outras duas aves de grande porte, o uiraçu-falso e o gavião-de-penacho.
“Quando alguém encontra um ninho de uma dessas espécies, entra em contato conosco e vamos até o local confirmar as informações”, explica Helena. “Depois, iniciamos uma série de atividades de monitoramento e pesquisa, além de sensilibilizar a população local sobre a importância da conservação dessas aves”. Dezenas de ninhos são monitorados em várias regiões do Brasil, o que permite acompanhar a população de gaviões e uiraçus, além de combater sua caça. Nossos céus e florestas ficam mais bonitos com essas espécies em liberdade!