Ninguém duvida que a Amazônia seja um local com grande biodiversidade: vira e mexe uma nova espécie é descoberta na região. Mas até os especialistas se surpreenderam com o anúncio de 15 novas espécies de aves do bioma. Desde o século 19 não se anunciava, na Amazônia, tantas descobertas de uma só vez!
Elas estão reunidas em um livro que deve chegar às prateleiras no mês de julho. Agora, você sabe por que todas essas aves permaneciam desconhecidas até agora?
Há diversas razões para isso, e uma delas é a dificuldade de locomoção no interior da floresta. Hoje, com meios de transporte melhores, os pesquisadores conseguem chegar a locais antes inalcançáveis, como o habitat da gralha cancão-da-campina.
“Essa ave grande, bonita e barulhenta só passou batida ao longo dos séculos de pesquisa por que ocorre em uma região muito restrita e remota”, explica o zoólogo Mario Cohn-Haft, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia.
A tecnologia é outra aliada das descobertas. “Com imagens de satélite, é possível viajar pela Terra do seu sofá, procurando lugares que pareçam especialmente interessantes. Isso ajuda a direcionar a busca por novas espécies”, conta o pesquisador.
Além disso, alguns avanços na ciência facilitam a identificação de bichos e plantas para além do que conseguimos observar a olho nu. “Ferramentas como a bioacústica (análise de sons e vozes dos pássaros) e a genética ajudam a perceber diferenças entre animais que visualmente parecem iguais”, diz Mario.
Todas essas descobertas mostram que ainda há muito para se conhecer da Amazônia. “Sabemos que é o lugar mais rico em biodiversidade do mundo”, afirma Mario. “Mas ainda temos muita coisa para encontrar!”