Robôs de origami

Quem já brincou de fazer barquinhos, flores e passarinhos dobrando papel nunca deve ter imaginado que com o origami era possível criar robôs de verdade. Mas foi exatamente isso que cientistas norte-americanos fizeram. E mais: eles inventaram robôs que se montam sozinhos, como os transformers dos desenhos animados e filmes.

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Os robôs de papel se montam sozinhos e saem andando. (foto: Seth Kroll, Wyss Institute)

À primeira vista, você poderia confundi-los com uma folha de papel, até que eles se armam e saem andando. O segredo da engenhoca está nos cortes e vincos que os pesquisadores fazem na base de papel. Eles deixam tudo prontinho para que o robô se monte na forma certa.

Além do papel cortado, as criaturinhas carregam baterias, transmissores elétricos e um microprocessador que comanda a carcaça. Quando ligados por controle remoto, esses componentes eletrônicos se aquecem até 100 ºC, o que faz com que a base de papel se contraia e se dobre nos lugares marcados. Assim, o robô se levanta! Veja como funciona:


Depois que a temperatura esfria, as dobras ficam mais rígidas e o robô consegue se manter de pé. Então, o microprocessador controla os transmissores elétricos espalhados por sua superfície para que ele se mova.

O físico e um dos inventores dos robôs Itai Cohen, da Universidade de Cornell, diz que o mais legal dos robôs de papel é que eles podem ser feitos em várias formas. “Dependendo dos cortes e vincos, podemos conseguir robôs com diferentes estruturas”, disse o pesquisador em uma coletiva de imprensa. “É uma ideia simples e poderosa.”

Dobráveis e muito úteis

Os robozinhos bem que parecem de brinquedo, mas são alta tecnologia que pode ser usada para coisas sérias. Por serem leves e ocuparem pouco espaço, os transformers de origami poderiam, por exemplo, ser enviados em sua forma plana para auxiliar resgates em lugares de difícil acesso.

Imagine só: uma casa desaba e os bombeiros querem saber se há sobreviventes entre os escombros, mas ninguém consegue passar pelas cavidades dos destroços. Eles poderiam inserir o robô de papel ainda achatado pelas fissuras e o robô só se desdobraria quando tivesse espaço para se mover. Com uma câmera acoplada, ele ajudaria a localizar vítimas.

Outra vantagem dos robozinhos é que eles são baratos. Cada um sai por cerca de 200 reais, bem menos do que os robôs mais sofisticados feitos de metais.  Itai conta que seu sonho é que um dia os pequenos transformers estejam disponíveis para todo mundo. “Minha ideia é que as pessoas possam ir a uma loja, descrever o robô que querem e voltar para pegá-lo meia hora depois”, diz.

E você, já imaginou como seria o seu robô?

Matéria publicada em 21.08.2014

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Sofia Moutinho

Curiosidade é meu lema! Desde pequena busco respostas para as perguntas mais intrigantes. Melhor que estar por dentro da ciência, só compartilhar com vocês esse conhecimento!