Iogurtes com polpa de fruta, flan , queijo petit suisse … Quando você pára diante da seção de iogurtes no supermercado, encontra mil e uma opções, todas elas deliciosas. Mas o que acha de unir sabor e saúde em um mesmo produto?
Faz algum tempo que isso é possível. Muitos iogurtes disponíveis no mercado contêm microrganismos benéficos à nossa saúde. Você já deve ter visto na TV, por exemplo, o comercial de um deles, que promete acabar com a prisão de ventre. A novidade, no entanto, é que, até o final do ano, deve chegar às prateleiras dos supermercados um produto parecido, mas que tem o diferencial de ter sido inventado por cientistas brasileiros e promete uma ação mais abrangente do que os seus concorrentes.
Trata-se de uma bebida feita com leite de soja, que terá três sabores: natural, pêssego e morango. De acordo com os cientistas que a desenvolveram, quem decidir experimentá-la irá ajudar o seu organismo a funcionar melhor. Isso porque a bebida contém alguns microrganismos que são encontrados em nosso intestino e inibem bactérias nocivas à nossa saúde. Estamos falando dos famosos lactobacilos e das ainda não tão conhecidas bifidobactérias.
“Em nosso intestino existem mais de 100 variedades de microrganismos, sendo que, em quantidade, eles superam o número de células do nosso corpo. É o que chamamos de flora intestinal”, explica Francisco Maugeri Filho, coordenador da pesquisa realizada na Faculdade de Engenharia de Alimentos da Universidade Estadual de Campinas, no interior de São Paulo, que levou à criação da nova bebida à base de leite de soja. “Por ter tanto lactobacilos quanto bifidobactérias, a bebida que criamos age de forma mais abrangente do que os iogurtes semelhantes que existem no mercado”, afirma. “Como os lactobacilos atuam no intestino delgado e as bifidobactérias no final do intestino grosso, temos todo o intestino protegido.”
Assim como os demais microrganismos da flora intestinal, os lactobacilos e as bifidobactérias estimulam o sistema de defesa do nosso organismo, o que nos torna mais resistentes a doenças, ajudam no funcionamento do intestino e auxiliam na produção de substâncias importantes para o bom funcionamento do nosso corpo, como vitaminas e proteínas.
Além de ter uma ação bastante abrangente, outro diferencial da bebida desenvolvida em Campinas está na sua composição. Junto com os lactobacilos e as bifidobactérias, o produto apresenta ainda o alimento desses microrganismos. Estamos falando dos prebióticos: compostos presentes em várias frutas e cereais, mas em tão pouca quantidade que, mesmo comendo bastante desses alimentos todos os dias, não conseguiríamos obter nem um grama desses nutrientes, quando o recomendado é ingerir mais de cinco gramas diariamente.
“A bebida que desenvolvemos é rica nesses prebióticos”, conta Francisco. “A inclusão desses compostos no produto leva a resultados mais rápidos: os prebióticos vão direto para o intestino, onde são absorvidos pelos microrganismos benéficos à nossa saúde, que se reproduzem com certa vantagem em relação aos demais.”
O fato de a bebida produzida pelos cientistas brasileiros ser feita à base de leite de soja também é digno de nota. São cada vez mais comuns os casos de pessoas que não podem ingerir leite de origem bovina (de vaca), pois têm alergia a essa bebida ou não são capazes de digerir um dos seus componentes: a lactose. Por isso, os cientistas decidiram fazer a bebida com leite de soja, que também é um alimento com diversas qualidades. “O leite de soja não provoca nenhum tipo de alergia ou problema digestivo e ainda tem valor terapêutico, ou seja, faz bem à saúde.”
A essa altura do campeonato, aposto como você não vê a hora de essa bebida chegar aos supermercados para experimentá-la. Pois é: quem disse que algo saudável não pode dar água na boca?