Quem aí conhece o Super-homem? Nosso herói veio de Kripton: um planeta que, segundo algumas versões, sumiu quando Rao — o seu Sol — virou uma estrela gigante vermelha e… explodiu, desaparecendo também do céu!
Mas… Espere um pouco: será que apenas nos desenhos animados é que os planetas e as estrelas podem desaparecer? Quem fez essa pergunta foi a Carina Lima Araújo, aluna da quarta série do colégio Lúmen, da cidade de Garça, no estado de São Paulo. Para encontrar a resposta, a CHC conversou com o astrônomo Jaime Fernando Villas da Rocha, do Instituto de Biociências da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. E não é que ele falou que estrelas e planetas podem mesmo desaparecer?
As estrelas, acredite, também morrem. Só que isso acontece à sua maneira. “O Sol é uma estrela e passará por isso daqui a uns 800 milhoes de anos”, conta Jaime.
O brilho de uma estrela é resultado de reações que ocorrem em seu interior. Para brilhar, esse astro queima hidrogênio — o elemento mais abundante no universo — e o transforma em hélio, produzindo a luz que nós vemos aqui na Terra. Quando a estrela já consumiu grande parte do hidrogênio que pode queimar em seu interior, ela começa a morrer. Nessa etapa, sua temperatura aumenta, pois, quanto menos hidrogênio a estrela tem, mais rapidamente ela o queima. “O Sol está passando lentamente por esse estágio e, em cerca de 5 bilhões de anos, já estará tão quente que não poderemos mais ter água líquida na Terra: ela irá evaporar por conta do grande calor”, conta Jaime.
De gigantes a anãs
Quando não conta mais com hidrogênio em seu interior, na quantidade que necessita, a estrela passa por uma nova etapa a caminho do seu desaparecimento: ela começa a queimar hélio, tornando-se o que os cientistas chamam de gigante vermelha. Nesse estágio, sua temperatura interna terá subido tanto que o astro acabará por expandir sua atmosfera — ou seja, o resto da estrela fora da região que queima —, fazendo com que ela fique enorme, mas com a temperatura externa mais baixa.
Depois disso, uma estrela do tamanho do Sol perderia toda a sua atmosfera e ficaria apenas com o seu interior exposto, transformando-se no que os cientistas chamam de anã branca. Até se apagar e virar o que conhecemos como anã negra: algo comparável às cinzas de uma estrela que se apagou. Estrelas com muito mais massa do que o Sol, no entanto, teriam um destino diferente: dariam origem a uma supernova, uma fantástica explosão, capaz de brilhar tanto quanto bilhões de estrelas.
Mas… e os planetas? Como somem? Tudo pode começar justamente com as transformações ocorridas em uma estrela. Gigantes vermelhas podem envolver planetas próximos. Explosões de supernovas destroem tudo ao seu redor.
No entanto, não são apenas as mudanças em uma estrela que podem pôr em risco um planeta. Para alguns cientistas, como o universo, desde algum tempo, cresce cada vez mais e mais depressa, a força que faz com que isso aconteça estaria atuando em distâncias cada vez menores e, assim, chegaria um momento em que seria capaz de desintegrar os planetas e, sucessivamente, coisas cada vez menores, até chegar naquilo que constitui os átomos! Se estiver certa, essa hipótese — conhecida como Big Rip (em português, “grande ruptura”) — levaria a um sumiço não só dos planetas e de todos os astros no espaço, mas de tudo que existe, Dá para acreditar?!
Esconderijo dos astros
Se você não vê uma estrela ou um planeta significa que esse astro não existe ou desapareceu? Nada disso! Há muitos corpos celestes que não podem ser observados porque estão escondidos por nuvens moleculares. Essas nuvens são formadas por partículas que ocupam uma região tão grande do espaço que nos impedem de ver o que há por trás delas. Em compensação, muitas vezes, servem de berço para novas estrelas, que vão brilhar e enfeitar cada vez mais o nosso céu.