Nas florestas brasileiras existe uma enorme variedade de espécies – isso todo mundo já sabe. Agora, você deve imaginar também que, no fundo dos nossos mares, também há muita vida! Um dos locais onde se pode encontrar uma enorme biodiversidade marinha é nos bancos de rodolitos. Rodo… o quê?! Calma, que a CHC explica!
Apesar de serem muito parecidos com rochas ou corais, os rodolitos são, na verdade, formados por algas que produzem calcário – matéria prima de carapaças de crustáceos e moluscos e também de certos corais. Os bancos de rodolitos começam a surgir quando uma dessas algas envolve um pequeno objeto no fundo do mar, como um pedaço de concha ou de cascalho.
“A partir daí, novos indivíduos crescem um sobre o outro em camadas esféricas, como as camadas de uma cebola”, explica o biólogo Gilberto Amado Filho, do Instituto de Pesquisas do Jardim Botânico, no Rio de Janeiro. Os rodolitos são porosos – ou seja, são cheios de furinhos que acabam servindo de abrigo para pequenos invertebrados. Eles, por sua vez são alimentos de animais maiores e, assim, várias espécies vão escolhendo os rodolitos como habitat.
É no Brasil que está o maior banco de rodolitos do mundo. Em 2011, Gilberto e sua equipe descobriram em Abrolhos, sul da Bahia, uma área de cerca 21 mil quilômetros quadrados – o equivalente ao tamanho do estado do Sergipe – coberta de rodolitos. Mais um tesouro precioso da biodiversidade brasileira!
Porém, junto com a boa notícia, veio também um alerta: esses bancos já estão ameaçados pelo aquecimento global. É que a elevação da temperatura na Terra causa também o aumento do gás carbônico na atmosfera. Ao entrar em contato com os oceanos, ele aumenta os níveis de acidez da água, o que representa uma ameaça aos rodolitos, muito sensíveis às mudanças climáticas.