Viagem pela infância

Ana Busch e Caio Vilela são paulistas e casados. Ela é jornalista e trabalha como diretora-executiva da Folha Online: a versão eletrônica do jornal Folha de São Paulo. Já Caio é fotógrafo e ilustrou com suas imagens diversas publicações do Brasil e do exterior. Os dois já viajaram por mais de 40 países e visitaram várias regiões com culturas e hábitos diferentes. Das aventuras que viveram no exterior nasceu o livro Um mundo de crianças. Caio conversou com a equipe da CHC sobre a obra, que chegou às livrarias com belas imagens e muitas histórias sobre a infância no planeta.

Ciência Hoje das Crianças: Como nasceu a idéia do livro?
Caio Vilela: Nós sempre viajamos muito, interessados por diferentes culturas e pela história particular de cada lugar que visitamos. E sempre tivemos um olhar muito voltado para as crianças. As fotos surgiram desse interesse espontâneo do fotógrafo pelas crianças e delas por ele. Das conversas que acabam acontecendo nesse relacionamento às vezes instantâneo. Fomos reunindo uma coleção de brincadeiras, lendas e histórias do dia-a-dia. Ao final de mais de dez anos de viagem por mais de 45 países, percebemos que havia fotos incríveis retratando as crianças e muita informação guardada. Em 2004, as fotos viraram uma exposição no Citibank, em São Paulo, que foi um sucesso. Aí veio a idéia do livro. Juntamos tudo, foto e texto, e decidimos dividir o que tínhamos aprendido nesse tempo todo com todas as crianças. Também nos inspiramos muito nas viagens que fizemos com nosso filho Tomás pelo Irã, Noruega, Chile, Argentina e outros países. As perguntas e curiosidades dele acabaram nos ajudando a entender o que as crianças queriam saber. E fomos construindo um mosaico que resultou no livro.

CHC: Como vocês foram recebidos nos países que visitaram?
CV: Sempre de maneira muito hospitaleira. Independentemente das diferenças culturais, políticas ou religiosas, nunca tivemos problemas. Temos como prática sempre entender e respeitar os costumes locais. Dessa forma, tudo fica mais fácil. Com as crianças, o relacionamento é ainda mais franco e aberto. Para destacar, alguns dos lugares mais hospitaleiros e alegres foram o Nepal e o Irã.

CHC: Como era a relação com as crianças?
CV: Elas adoram saber o que você faz, de onde vem, mas também contar como é a vida delas. Aprendemos muito com isso e boa parte desse aprendizado está nas páginas do livro.

CHC: Qual o país visitado que vocês consideram mais curioso?
CV: O Irã foi um dos que mais nos impressionou. Principalmente pela hospitalidade e educação do povo.

CHC: Existe o projeto ou a idéia deste livro ser publicado em outras línguas ou em outros países?
CV: O livro tem um caráter universal, pois fala do mundo todo. Adoraríamos traduzi-lo principalmente para países onde existe menos informação desse tipo disponível. Seria ótimo vê-lo em espanhol para as crianças da América Latina, por exemplo. No Brasil, temos planos de continuar o projeto trabalhando com as crianças de várias regiões do país e com crianças indígenas de diversas etnias. Pode não parecer, mas há particularidades incríveis até entre crianças que moram muito próximas umas das outras. Quando você olha as fotos das crianças indígenas de tribos próximas do Amazonas, por exemplo, isso fica muito evidente à primeira vista na pintura do corpo e nos adornos. Mas há lendas, brincadeiras e muitas outras coisas para contar.