Viajando por aí

Borboleta

Com o aumento da temperatura causado pelo aquecimento global, a borboleta da espécie Aricia Agestis conseguiu expandir seu território (Foto: Walwyn / Flickr / CC BY-NC-SA 2.0)

Você já deve ter ouvido falar que o aquecimento global prejudica muitas espécies. Porém, um estudo feito por pesquisadores da Inglaterra e dos Estados Unidos mostrou que as mudanças no clima podem ajudar a borboleta da espécie Aricia agestis a expandir o ambiente em que vive.

Segundo os cientistas, o aumento da temperatura durante os verões dos últimos vinte anos fez com que essa borboleta ocupasse 79 quilômetros além de seu habitat natural. “Essa conquista é comum entre os animais, mas a A. agestis expandiu seu território duas vezes mais rápido que outros insetos”, afirma a bióloga Rachel Pateman, da Universidade de York.

Antes da descoberta, os pesquisadores tinham apenas uma certeza: a Aricia agestis só vivia em locais habitados por uma flor da espécie Helianthemum nummularium, pois a planta criava um ambiente aquecido e servia de alimento para a borboleta durante a fase de larva.

Ao registrar a presença desse inseto em 200 diferentes locais da Grã Bretanha, a equipe descobriu que o aumento da temperatura fez com que a espécie povoasse lugares onde sua planta favorita não aparecia. Rachel conta que, nesses locais, a borboleta consome outro tipo de flor – um gerânio da espécie Geranium molle.

Borboleta pousada na flor

Antes das mudanças climáticas, a flor da espécie Helianthemum nummularium era a única que servia para alimentar a borboleta (Foto: Silversyrpher / Flickr / CC BY 2.0)

A bióloga explica que A. agestis só não se alimentava do gerânio antes porque as regiões onde essa flor é encontrada costumavam ser muito frias décadas atrás, o que impedia que a borboleta conseguisse se desenvolver por lá. Só com o aumento da temperatura é que o inseto pôde variar seu cardápio e, consequentemente, seu território.

Apesar de ampliar os horizontes da borboleta, o aquecimento global ainda prejudica muitos bichos. “Nosso estudo mostra que as mudanças no clima mudam também as interações entre as plantas e os animais, e a consequência disso pode ser muito mais complexa do que se imagina”, completa a pesquisadora.