Vida longa à mamãe orca

Orca com filhote

Para garantir a sobrevivência dos filhotes, a mamãe orca fica perto deles até o fim da vida (Foto: Flickr / Paruula / CC BY-NC-SA 2.0)

Você já deve ter ouvido falar que todo ser vivo nasce, cresce, reproduz-se e morre. A afirmação é verdadeira, mas nem sempre a vida acaba quando não é mais possível se reproduzir. Um exemplo disso é a fêmea da espécie Orcinus orca, uma orca que deixa de procriar aos 40 anos, mas só morre quando chega aos 90.

A longa vida desse mamífero deixou intrigados alguns pesquisadores do Reino Unido. Para saber mais sobre os bichos, eles analisaram fotos de orcas que habitam a costa do Canadá e dos Estados Unidos. Por meio das imagens, feitas num período de 36 anos, os cientistas conseguiram descobrir que orcas nasceram e morreram no período estudado.

Ao relacionar as datas de morte das mães com a dos filhos, a equipe chegou a uma conclusão inesperada. Segundo Emma Foster, bióloga da Universidade de Exeter, se uma orca macho com mais de 30 anos de idade fica órfão de mãe, suas chances de morrer aumentam 14 vezes. “Ficamos surpresos com o resultado porque esses animais já eram adultos e, teoricamente, não dependiam mais da mãe para sobreviver”, conta a pesquisadora.

No caso das fêmeas, a dependência da mãe é um pouco menor e suas chances de morrer quando ficam órfãs aumentam apenas cinco vezes. Emma explica que, mesmo na idade adulta, todas as orcas permanecem muito ligadas à mãe e ficam perto dela até o fim da vida. “Ao garantir a sobrevivência dos filhos, a orca garante a transmissão de seus genes para as próximas gerações”, diz a bióloga.

A barbatana dorsal das orcas funciona como a nossa impressão digital: cada animal tem a sua. Ao observar essas barbatanas nas fotos, os cientistas determinaram as datas de nascimento e morte de cada orca (Foto: Flickr / tifotter / CC BY-NC-ND 2.0)

Os cientistas ainda não sabem como a mamãe orca contribui para a sobrevivência dos filhos, mas estão fazendo novas pesquisas. “Acreditamos que a mãe ajuda na busca por comida e no encontro com outras fêmeas para procriação”, explica Emma.