Era uma vez um menino chamado Alberto Santos-Dumont, que nasceu no mesmo dia em que seu pai, Henrique, completava 41 anos. Isso foi há muito tempo atrás, no dia 20 de julho de 1873, na cidade de Cabangu, em Minas Gerais.
Dizem que quando era um garotinho, Santos-Dumont gostava de ver os passarinhos voando e adorava andar de trem. Ainda pequeno, foi morar em São Paulo, numa fazenda muito grande onde se plantava café. Na fazenda, havia um trem que servia para pegar os sacos de café, e Santos-Dumont adorava brincar no trem e dirigir sozinho a máquina.
Isso dizem as pessoas que o conheceram quando ele era pequeno. A gente não sabe se é verdade ou se é uma história contada depois.
Quando tinha 19 anos, Santos-Dumont viajou para a França e foi morar em Paris. Foi nessa época que seu pai morreu e ele ficou morando por lá. E aí ele viu as pessoas voando em balões. Achou tão bonito que resolveu experimentar também. Depois que voou uma vez, ficou tão contente e emocionado que resolveu construir um balão só para ele.
Como era baixo e magro, fez um balão bem pequeno. E como ele estava lá na França, com saudades do Brasil, deu ao balão o nome de Brasil. Quando subiu no balão, todo mundo achou muito engraçado aquele balãozinho com um homem pequeno dentro.
Mas Santos-Dumont gostava tanto de voar de balão que resolveu inventar um balão que ele pudesse dirigir, e que não fosse voando meio ao sabor do vento. Aí resolveu colocar um motor de automóvel num balão comprido; e ainda colocou um leme, como o de um barco, e uma hélice bem atrás da cestinha que levava ele dentro.
A esse balão que ele podia dirigir, deu o nome Dirigível nº 1. Mas quando resolveu experimentar, o balão caiu. Santos-Dumont não se machucou, mas deve ter ficado muito triste. Aí ele rapidinho fez o balão Dirigível nº 2, que caiu também. Ele era quase igual ao nº 1. Santos-Dumont percebeu que deveria fazer um balão mais gordo. Aí fez o Dirigível nº 3.
No balão, Santos-Dumont ia em pé dentro de uma cestinha parecida com um cesto de roupa suja. O balão tinha um motor a gasolina e um leme. Dessa vez ele acertou: saiu voando com o dirigível. Voava toda hora e pairava sobre Paris. Adorou ver o mundo de cima. Gostou tanto que resolveu fazer um dirigível maior. Foi o Dirigível nº 4.
Há em Paris uma torre muito grande conhecida como Torre Eiffel. Na época em que Santos-Dumont fez o Dirigível nº 4, as pessoas tinham resolvido dar um prêmio para quem conseguisse decolar e voar em torno da Torre Eiffel. Aí Santos-Dumont resolveu ganhar aquele prêmio. Mas o Dirigível nº 4 não estava bom. Então ele construiu o nº 5, quase igual ao nº 4, e foi tentar voar em torno da Torre Eiffel. Mas o balão esvaziou-se e caiu.
Santos-Dumont levou um susto danado, mas como era muito teimoso resolveu fazer o nº 6, quase igual ao nº 5 e ao nº 4. Dessa vez conseguiu voar e dar a volta em torno da Torre Eiffel. Todo mundo ficou espantado com isso e Santos-Dumont ficou conhecidíssimo na França. Este vôo foi feito no dia 19 de outubro de 1901. Era a primeira vez que uma pessoa conseguia dirigir direito um balão… dirigível. Isto é: pela primeira vez uma pessoa conseguia controlar o vôo e ir para onde queria.
Depois disso, Santos-Dumont continuou a construir balões. Fez o nº 7, que era um balão de corrida, o nº 9, que era bem pequeno e bonito e que ele usava para passear. O nº 10 era um Dirigível Ônibus. O nº 8 ele não fez, porque não gostava deste número.