Essa é uma longa história, que daria até roteiro de filme… E filme pede uma pipoca para acompanhar, não é mesmo? A verdade é que não se sabe ao certo quem descobriu essa delícia, nem quando. Mas certamente foi bem antes de existir o cinema! Acredita-se que o milho que estoura na panela e vira pipoca tenha sua origem no México. Há relatos de historiadores que dizem que o milho de pipoca foi o primeiro tipo de milho a ser consumido pelos seres humanos como petisco. Ele também era usado como enfeite de cabelo durante danças e rituais indígenas.
Alguns estudos indicam que os grãos de milho já faziam parte da vida dos indígenas norte-americanos (ameríndios) e astecas há mais de 9 mil anos! Eles teriam sido os responsáveis por cultivarem e manterem esse precioso grão ao longo das gerações. Acredita-se que esses nativos teriam descoberto por acaso que os grãos de milho estouravam quando atirados no fogo ou na areia quente. Mas, se aconteceu assim mesmo, ninguém sabe exatamente.
Entre 1948 e 1950, alguns pesquisadores encontraram evidências arqueológicas de grãos de pipoca em uma caverna localizada no Centro-Oeste do Novo México, território que já pertenceu ao México e foi anexado pelos Estados Unidos. Estudos indicaram que esses grãos datavam de mais de 5.600 anos atrás! Também já foram encontrados no norte do Peru grãos de pipoca que datam de cerca de 6.700 anos.
E antes que você saia correndo para fazer uma pipoca, só mais um fato interessante: nem todo milho é de pipoca, mas essa informação fica para outra edição, combinado?
Antônio Teixeira do Amaral Júnior
Universidade Estadual do Norte Fluminense
O reino animal é dividido em dois grandes grupos: os vertebrados, que possuem um esqueleto interno, com crânio e coluna vertebral; e os invertebrados, que não têm essas estruturas. O grupo dos invertebrados reúne os mais numerosos e ainda os menores animais que existem na Terra. Fazem parte deste grupo, por exemplo, insetos, aracnídeos e moluscos. Há ainda outros grupos menos conhecidos de invertebrados, como mesozoários, rotíferos e tardígrados. Os animais desses grupos de nome difícil são microscópicos, quer dizer, invisíveis a olho nu. Mas os menores invertebrados conhecidos são os mixozoários, um grupo de diminutos parasitas parentes das águas-vivas. As espécies desse grupo são medidas em micrometros e chegam a ser menores que algumas bactérias! Para ter uma ideia desse tamanho mínimo, meça um centímetro na régua. Parece pouco, não é? Pois um centímetro equivale a 10 mil micrometros!
Já entre os animais vertebrados, um peixe e uma rãzinha, que têm o tamanho aproximado de um grão de arroz, ficam praticamente empatados na disputa pelo título de menor espécie. O peixinho da espécie Paedocypris progenetica, encontrado em brejos da Indonésia, não passa de 7,9 milímetros de comprimento. E a rãzinha Paedophryne amauensis, que habita o chão de florestas da Papua-Nova Guiné, não passa de 7,7 milímetros. Ou seja, eles não chegam a medir nem um centímetro.
Vale lembrar que os cientistas estimam que conhecemos apenas uma pequena parcela das criaturas que habitam o nosso planeta, e que a maior parte daquelas que ainda desconhecemos são bem pequenas. Ou seja, pode ser que o menor animal do mundo ainda nem tenha sido descoberto!
Vinícius São Pedro
Centro de Ciências da Natureza
Universidade Federal de São Carlos
Uma das principais condições necessárias para que a neve ocorra são as temperaturas abaixo de zero graus Celsius. E, vamos combinar, isso é bem raro por aqui! Nosso país tem temperaturas elevadas na maior parte do ano, e um clima tropical. Com isso, fica muito difícil ver a neve, que é uma espécie de “chuva de inverno”.
Uma série de fatores se combinam para que a neve aconteça: além das temperaturas negativas, é preciso que o céu esteja nublado, e que exista umidade suficiente na atmosfera. O local ainda precisa estar em uma altitude elevada e precisa ocorrer a ação de uma massa de ar frio, geralmente polar, para tornar o ambiente bem gelado!
Se tudo isso acontecer, os flocos de neve se formam dentro da nuvem, e então eles caem. Já para que a neve consiga chegar até o telhado das casas, por exemplo, é preciso que a temperatura entre a nuvem e o solo esteja abaixo de zero grau ou próxima disso, caso contrário a neve vai derreter no caminho.
É por isso que, no Brasil, a neve só ocorre em casos isolados, principalmente na Região Sul do país – nos estados do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, onde as temperaturas costumam ser mais baixas. Uma das regiões onde a ocorrência de neve é mais frequente é conhecida como Campos de Cima da Serra, no Rio Grande do Sul. É lá que ficam cidades como Gramado e Canela, famosas pela ocorrência de neve durante o inverno. São Joaquim, em Santa Catarina, também é uma cidade onde temperaturas abaixo de zero são frequentes. Brrrrr!
Erli Schneider Costa
Universidade Estadual do Rio Grande do Sul
Matéria publicada em 25.11.2021