Quero saber…

…se algum animal tem unicórnio de verdade.

Foto Ary Nazar Junior

Não, não vamos falar de seres encantados. No Brasil, os animais que têm um só chifre na cabeça são chamados “inhumas”. O nome científico é Anhima cornuta que significa “ave preta com corno”. São abundantes na Amazônia e no Cerrado, muito vistas em áreas alagadas, como brejos, margens de lagos e represas com aguapés, que são plantas aquáticas flutuantes. Em algumas regiões a inhuma é chamada de “anhuma”, “Inhaúma”, “unicorne” (olha, aí!) ou “alencó”, refletindo a cultura local dos habitantes.

As inhumas são aves de grande porte, com cerca de 80 centímetros de altura, isso mesmo quase um metro! E chegam a pesar três quilos. Elas são parentes próximas dos patos (apesar de se parecerem mais com enormes galinhas pretas), têm asas robustas e pernas curtas e grossas. Seus dedos enormes servem para ajudá-las a caminhar sobre a vegetação aquática flutuante, pisando em todas de uma só vez, sem afundar.

O que mais diferencia uma inhuma de outra ave é justamente o corno ou o unicórnio que nasce bem no alto de sua cabeça. Ele é uma parte do crânio, que cresce e geralmente se curva para a frente, atingindo até uns 12 centímetros de comprimento. Tanto os machos como as fêmeas têm esse unicórnio, que é fixo, rígido e fino. Por isso, às vezes ele quebra ao se chocar contra o solo, rochas ou galhos. Mas logo ganha outro porque se regenera! Curioso, não?

Dárius Pukenis Tubelis 
Departamento de Biociências
Universidade Federal Rural do Semi-Árido
Mossoró – RN
Luiz Gonzaga Alves Mendonça 
Conselho Municipal de Meio Ambiente
Palmeiras de Goiás – GO

…por que a vegetação não é igual na Terra toda?

Fotos Wikipédia

Cada lugar do mundo tem suas características vegetais. Uns têm clima extremo, onde crescem plantas resistentes ao frio, como os polos gelados do planeta. Já outros apresentam temperatura que favorece a sobrevivência de variadas formas de vida, como o território onde fica o Brasil, e sua abundante flora.

Mas, para responder por que a vegetação do mundo é tão diferente, é preciso entender vários aspectos geográficos e ambientais. Existe relação entre vegetação, clima e solo, e a rotação da Terra. Esta última define o clima de cada parte do globo terrestre, ou seja, conforme a Terra gira, o tempo de exposição à luz solar e de sombra se modifica, interferindo no crescimento das diversas plantas que existem. Por isso, há na Terra vários tipos de vegetação de acordo com a umidade e a temperatura de cada região.

As ecorregiões, como são chamadas essas diversas vegetações existentes pelo território do planeta, mais conhecidas são: florestas equatoriais e tropicais, florestas temperadas e subtropicais, florestas boreais ou taiga, vegetação mediterrânea, savanas, pradarias, estepes, vegetação de deserto, vegetação de altitude e tundra. Que tal pesquisar sobre elas e nos contar o que descobriu depois?

Nem é preciso dizer o quanto é importante manter a vegetação original de cada território. Ela impede erosões, regula o ciclo da água, o equilíbrio do clima e é a fonte de energia para outros seres vivos.

Kelly Costa de Alcântara
Rede Estadual de Ensino de Mato Grosso

…quantas cores tem o arco-íris?

De repente, no meio do céu, forma-se um arco cheio de cores. Na parte de dentro, aparece o violeta, que vai passando para o azul, o verde, o amarelo, o laranja até chegar ao vermelho. Mas afinal, quantas cores tem um arco-íris? Sete? Nove? Essa é uma questão que depende da nossa percepção visual.

Na verdade, um arco-íris tem um número infinito de cores, mas nossos olhos e cérebro são muito mais sensíveis a algumas delas. Por isso vemos claramente azul e vermelho, por exemplo, mas não percebemos tão bem as cores que aparecem entre as faixas.

Agora vamos entender um pouco melhor como um arco-íris se forma. Um arco-íris não é um objeto fixo no céu, e sim luz que está sendo emitida por gotinhas de água – é por isso que, na maioria das vezes, aparece logo depois da chuva. Imagine então muitas e muitas gotinhas no céu, como se fossem bolinhas de água. Quando a luz do sol chega nelas, uma parte é refletida e outra “entra” na gotinha. Aqui acontece uma coisa incrível: a luz do sol, que é branca (e o branco é a mistura de todas as cores!), e cada cor que entra na gotinha é desviada de uma maneira um pouco diferente, o vermelho desvia menos que o azul, por exemplo. Dentro da gotinha, a luz reflete mais uma vez e depois sai, e se transforma no fenômeno de cores que conseguimos apreciar! Dê uma olhada na figura…

Repare que a luz vermelha vem das gotinhas mais em cima e o azul chega das gotinhas mais baixas. É por isso que as cores aparecem na ordem que vemos.

Marco Moricone
Instituto de Física
Universidade Federal Fluminense

Matéria publicada em 11.10.2021

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