Ela nasceu em 1921, em Campos dos Goytacazes, no Estado do Rio de Janeiro. Era filha de Dona Ignácia da Silva, que, com o seu trabalho de costureira, a criou sozinha – realidade ainda muito comum nas famílias brasileiras. Como o dinheiro era pouco e Dona Ignácia tinha o sonho de uma vida melhor, mãe e filha se mudaram para o Rio de Janeiro e foram trabalhar na casa de uma família. Mais tarde, Mercedes Baptista trabalhou também na bilheteria de um cinema, onde viu nascer o seu amor pela dança e pela vida nos palcos.
Decidida a se tornar uma bailarina, a jovem fez o Curso de Danças oferecido pelo Serviço Nacional de Teatro (SNT). Aprendeu balé clássico e dança folclórica. Conseguiu entrar também para a Escola de Balé do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, tornando-se uma bailarina clássica. Foi admitida como bailarina profissional no Corpo de Baile do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, a primeira bailarina negra do Teatro. Era uma conquista pessoal muito importante e que mostrava o quanto o racismo era real na sociedade e naquela instituição, até então formada apenas por artistas brancos.
Robertha Triches
Professora do Departamento de História do Colégio Pedro II
Doutora pela Universidade Federal Fluminense
Sou professora de História e adoro falar sobre as personalidades que marcaram o Brasil de outras épocas!
Matéria publicada em 29.01.2020
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