Ao chegar em casa e ver a irmã mais nova lendo tranquilamente um livro na rede da varanda, o menino resolveu entrar no modo implicância. Ele disse:
– Vou propor um desafio de matemática e duvido que você consiga resolvê-lo!
Respirando fundo para não demonstrar irritação em ter de interromper a leitura, a menina resolveu dar atenção ao irmão, que continuou:
– Há um retângulo dentro de um círculo. Um dos cantos do retângulo é o centro do círculo (veja na figura). O segmento azul mede 6 centímetros e o raio do círculo mede 10 centímetros. A pergunta é: quanto mede o segmento vermelho?
A menina ficou olhando para a figura e pensando por um bom tempo. Enquanto isso, o irmão dava gargalhadas e dizia:
– Desiste, vai… Desiste?
Sem tirar os olhos do desenho, a menina balançou a mão, pedindo para o irmão esperar.
Ele, impaciente com a persistência da irmã, cruzou os braços e disse:
– Olha, nem adianta tentar! Para resolver, você vai precisar do Teorema de Pitágoras. Com certeza você ainda não aprendeu isso na escola.
Para quem conhece o tal Teorema de Pitágoras, pode até ser que ele seja útil aqui. Mas nem sempre o caminho para encontrar uma solução para um enigma matemático é único.
E, de repente, os olhos da menina brilharam! Ela saltou da rede, pegou uma folha de papel e o estojo de lápis de cor, redesenhou a figura apresentada pelo irmão e falou:
– Nem sei quem é esse tal “Tripágoras” que você falou, mas uma coisa eu aprendi na escola: em um retângulo, as duas diagonais têm o mesmo comprimento.
Ela então apagou o segmento vermelho, que é uma das diagonais do retângulo, e desenhou a outra diagonal.
E completou:
– Está vendo essa outra diagonal do retângulo? Ela parte do centro do círculo e vai até a borda. Então, a medida dessa diagonal é o raio do círculo, e a resposta do seu desafio é 10. Nem precisei do seu “Tripágoras”! Viu? E não interrompa mais a minha leitura!
Matéria publicada em 03.06.2025