Você sabia que, além de cantoras, as baleias-jubarte são acrobatas? Elas têm um repertório encantador de comportamentos aéreos. Em um deles, a baleia permanece de cabeça para baixo, com a nadadeira caudal (cauda) parada e exposta. Esse posicionamento pode estar relacionado à amamentação do filhote, ao canto dos machos para atrair fêmeas e demarcar território, ou, ainda, à regulação térmica, permitindo ganhar ou perder calor através da cauda exposta. Em outro, a baleia expõe sua cabeça verticalmente acima da linha da água, como uma forma de dar aquela espiadinha no que ocorre na superfície ao seu redor. Também podem bater as nadadeiras peitorais e a nadadeira caudal, o que auxilia no desenvolvimento da musculatura, da habilidade motora e da coordenação, ou no aprendizado e na comunicação. Mas o comportamento mais impressionante é o salto, no qual retira o corpo todinho para fora d’água e cai perpendicularmente à superfície. Um luxo!
Muitas espécies de grandes baleias quase chegaram à extinção devido à caça comercial indiscriminada, que se estendeu por séculos. Mais de 300 mil jubartes foram mortas nesse período. Apenas em 1987 foi implantada uma nova política de Estado no Brasil a favor da conservação e contra a matança desses animais tão importantes no equilíbrio do ecossistema marinho, mas ainda temos muitos desafios!
A captura acidental de animais marinhos que não são o alvo da pesca ainda é uma realidade no mundo todo. Tubarões, aves, tartarugas-marinhas, baleias e golfinhos frequentemente são descartados e, como consequência, acabam morrendo. Há também as “redes-fantasma”, que são partes de redes perdidas ou abandonadas propositalmente, e que seguem boiando na água, comprometendo a vida de muitos animais.
A poluição do oceano é outro problema grave. Compostos tóxicos que vêm dos agrotóxicos e tintas utilizadas em cascos de embarcações podem causar sérios danos aos animais, como diminuir sua capacidade reprodutiva. Além disso, os plásticos sufocam ou matam os animais de fome, entupindo o sistema digestivo. Depois de degradados, transformam-se em microplásticos, contaminando toda a cadeia alimentar.
Há também a poluição acústica (sonora), já que esses animais se orientam e se comunicam pelo som. O ruído do tráfego marinho e a exploração de recursos minerais podem dificultar a vida social das baleias. Você imaginava isso?
Desde 1988, o Projeto Baleia Jubarte trabalha pela proteção das jubartes nas águas brasileiras, monitorando a população e atuando junto às autoridades para a implantação de políticas públicas para a conservação. Com o trabalho, essas baleias deixaram se ser ameaçadas de extinção e voltaram a ocupar áreas que historicamente ocupavam. Hoje, elas já podem ser avistadas também no litoral de São Paulo e do Rio de Janeiro, estendendo sua ocorrência até o Rio Grande do Norte. Além disso, cerca de 30 mil baleias-jubarte compõem a população brasileira atualmente, sendo que, quando o Projeto iniciou, esse número não passava de mil.
E como eles sabem disso? Quando os pesquisadores do projeto avistam uma baleia, coletam várias informações, como o horário e o local em que ela foi vista. Para isso, usam um GPS. Também descrevem seus comportamentos, quantos indivíduos compõem o grupo, e se há presença de filhote. Outra informação importante é a foto da cauda! Como já vimos, a cauda da baleia-jubarte é como se fosse a sua impressão digital e assim, com a fotografia, conseguimos inseri-la em um álbum de baleias que chamamos de catálogo. Com essas fotos, podemos saber por onde ela nadou e aprender um pouco mais sobre a história daquele indivíduo! Sempre que possível, os pesquisadores gravam seus cantos com um aparelho chamado hidrofone e também coletam um pedacinho de pele e gordura para descobrir sua idade e um pouco da sua saúde!
A cada três anos é realizado um sobrevoo no litoral do Brasil, percorrendo cerca de 6.200 quilômetros, para fazer uma estimativa da população de baleias. Essa contagem é feita do avião e depois usam modelos matemáticos para chegar ao tamanho da população.
E por que as baleias são importantes? Um dos maiores motivos é que elas têm capacidade de acumular carbono. Isso significa que, quando morrem, seus corpos vão para o fundo do oceano, levando consigo uma grande quantidade de carbono (um elemento químico importante para a vida no planeta, mas que contribui para o aumento do aquecimento global), além de servir de alimento para espécies que habitam o fundo do mar.
As baleias também reciclam nutrientes, e suas fezes aumentam a produtividade primária nas áreas onde se alimentam. Isso mesmo: o cocô da baleia é valioso para o desenvolvimento do fitoplâncton e, consequentemente, para o equilíbrio do oceano. Elas são demais!
Tássia Biazon
Cátedra UNESCO para a Sustentabilidade do Oceano
Universidade de São Paulo
Rafaela C. Faria de Souza
Coordenadora da base do Projeto Baleia Jubarte em Ilhabela, SP
Isabelle Avolio Tristão
Educadora ambiental no Projeto Baleia Jubarte em Ilhabela, SP
Matéria publicada em 24.03.2025
Manuella maria leite esposito
Oi meu nome e Manuella ,eu li o livro Gigantes viajantes, gostei muito do livro porque o seu salto e incrivel ,muitas baleias de grande porte são extintas por caça comercial .07 de abril de 2025.
rafael souza garcia neves
oi meu nome e rafael,gostei muito de aprender essa materia por tanto fala sobres baleias ,eu gostei que elas sao acrobatas na agua e fora porque fora da agua sao acrobadas e muitas baleias sao de porte grande,ela tamben ta quase extinta o livro gigantes viajantes e super legal,07 de abril de 2025
antonio
amo mamiferos