Quem vê toda a dedicação e o esforço dos atletas nos Jogos Olímpicos de Paris pode até achar que levar o corpo ao máximo da sua capacidade é o melhor caminho para chegar ao pódio. Mas isso não garante medalhas, não! Treinos e alta condição física, é verdade, são muito importantes. Mas é a atenção com a saúde da mente que pode determinar o desempenho em competições.
A ginasta americana Simone Biles, por exemplo, desistiu de disputar a prova individual geral na Olimpíada de Tóquio, no ano de 2021, tamanha a cobrança que sentia quando pisava no tablado. “Tenho que fazer o que é certo para mim, me concentrar na minha saúde mental e não prejudicar minha saúde e meu bem-estar”, declarou ela à época.
Isso aconteceu com uma das maiores atletas do mundo, e pode acontecer com qualquer um de nós. A CHC foi conversar com especialistas para entender por que esse tema é tão importante. E contamos tudo a seguir!
A busca constante por bons resultados e a grande exigência física, como acontece com os atletas, podem levar ao desgaste do corpo e também da mente. A psicóloga Bárbara Campos, membro da Comissão Especial de Psicologia do Esporte e do Exercício do Conselho Regional de Psicologia do Distrito Federal, diz que a saúde mental dos atletas é desafiada pela pressão por um bom desempenho.
Toda essa ansiedade, por sua vez, pode levar a uma série de outros problemas, como estresse crônico e depressão. “Estudos mostram que um bom estado mental não só melhora o desempenho físico, mas também ajuda a lidar com desafios e a manter a motivação”, diz a psicóloga. “Quando há descuido com a saúde mental, a saúde física é impactada. Estresse, depressão e ansiedade aumentam o risco de lesões, podem levar ao abandono do esporte e afetam a motivação e a concentração”, explica.
A pressão física e mental é tanta na vida dos atletas de alto rendimento que alguns decidem até mudar de rumo. É o caso do lateral-direito Igor Julião, que jogou futebol muitos anos no Fluminense, do Rio de Janeiro, e hoje joga pelo Marítimo, de Portugal.
Para além das dores pelos treinos intensos e frequentes, foram os efeitos disso na mente que pesaram para o jogador decidir fazer mudanças. “Fui privilegiado na minha carreira por ter jogado muito tempo em clubes grandes e vivido em várias cidades. Mas também tive que lidar com muita pressão. Chegou a um ponto em que escolhi um campeonato com menos pressão e melhor qualidade de vida, para priorizar minha saúde mental e bem-estar”, conta.
Hoje, a atenção a esse tema vem ganhando espaço. E existem cuidados que podem ser aplicados aos treinamentos para proteger a saúde dos atletas.
“O atleta de alto rendimento, do ponto de vista físico, leva seu organismo ao limite, e isso pode provocar lesões, estafa, estresse e outros problemas. No entanto, há benefícios na prática de atividade física que vão além do físico, abrangendo também o mental e o psicológico”, lembra o ex-judoca que representou o Brasil na Olimpíada de Barcelona em 1992, o ortopedista Wagner Castropil.
O médico, que também colabora com a Confederação Brasileira de Judô, aponta estratégias para ajudar a evitar os prejuízos causados pelo esforço extremo por muito tempo. “O segredo está no equilíbrio entre o estímulo e a capacidade do indivíduo, num balanço que cresce ao longo do tempo”, diz.
Esse, definitivamente, não é um tema só para os esportistas. Segundo a Organização Mundial da Saúde, uma em cada oito pessoas no mundo convive com algum tipo de transtorno mental. Olhar para isso vale ouro!
Guto Mariano
Jornalista
Especial para a CHC
Matéria publicada em 14.08.2024
julia osviane
oi adoro simone biles
Fabiana
Que legal essa matéria. Gostamos muito!
Alunos do 4º ano do Colégio Álamo – Valinhos – SP
Julia Deruci Castanheira
Olá pessoal da CHC , conheci a revista na aula de português. É muito boa, foi uma ótima indicação. Eu u gostaria de saber os setores mais interessantes sobre répteis, anfíbios, mamíferos, ovíparos e etc.
Tchau bjs 😘
Maia Clara
Eu tenho ansieda de